Fernando Pessoa e a cria??o de um Eu: Uma pr?tica po?tica e l?dica

Abstract

Toda a arte ? cria??o, escreveu Fernando Pessoa em 1916, uns anos depois da inven??o do chamado drama em gente, ou seja, dos heter?nimos. O que me interessa neste artigo ? o processo criativo, ou uma certa pr?tica po?tica pessoana. Pretender?, portanto, no n?vel tem?tico e tamb?m no n?vel da linguagem po?tica examinar o que ? que se realiza ou se actualiza naquele meio criativo onde se constr?i um eu aut?nomo. Assim, vemos como a exist?ncia ou a presen?a de um sujeito objectivo aparece em fun??o de uma imagina??o superior. Seguindo essa no??o de uma identidade processual e potencial, ? preciso de reexaminar o nosso conceito de um "fim" ? ou uma identidade absoluta ? na obra pessoana. Parece que h? v?rios "fins" neste caso, como h? identidades diferentes. S? uma voz hipot?tica e autorit?ria pudesse p?r um fim a um processo criativo, que simultaneamente mostra que o "fim" da arte moderna n?o ? ser compreens?vel.